Avalista ou Fiador: Entenda Essas Figuras no Empréstimo

Avalista ou Fiador: Entenda Essas Figuras no Empréstimo

No universo financeiro, compreender as diferenças entre avalista e fiador pode salvar garantidores de surpresas indesejadas. Este guia completo explica cada detalhe.

Conceito e Função das Garantias

As figuras do avalista e do fiador atuam como garantia pessoal para concessão de empréstimos, financiamentos e contratos de aluguel. Quando uma pessoa assume esse papel, ela oferece seu patrimônio como segurança para o credor.

O objetivo é minimizar o risco de inadimplência: caso o devedor principal não honre o compromisso, o garantidor pode ser acionado para quitar toda a dívida.

Definições Técnicas

Avalista:

  • Atua em títulos de crédito, como nota promissória, cheque e duplicata.
  • Responsabilidade limitada ao valor de face do título.
  • Pode ser cobrado imediatamente sem esgotar a cobrança do devedor.
  • Assinatura realizada diretamente no título.

Fiador:

  • Garante contratos de aluguel, financiamentos e outros instrumentos.
  • Responsável pelo valor total do contrato, incluindo juros e encargos.
  • Só pode ser acionado após esgotadas as tentativas contra o devedor principal.
  • Assina no contrato ou em documento à parte.

Principais Diferenças

Contextos de Uso

O avalista é mais comum em operações empresariais, sobretudo no financiamento de pessoas jurídicas, mas também aparece em grandes empréstimos pessoais. Já o fiador é amplamente usado em contratos de aluguel residencial ou comercial e em financiamentos habitacionais.

Obrigações e Riscos

Se o devedor falhar no pagamento, tanto o avalista quanto o fiador podem ter seus bens penhorados e serem incluídos em cadastros de inadimplentes. Essa ameaça ao patrimônio pessoal pode comprometer a saúde financeira do garantidor.

  • Risco de perder bens, como imóvel ou veículo.
  • Inclusão em serviços de proteção ao crédito.
  • Possibilidade de negociação de plano de pagamento emergencial.

Requisitos para Assumir o Papel

Para ser avalista ou fiador, a pessoa deve:

  • Ser maior de 18 anos e possuir capacidade civil.
  • Comprovar renda compatível com o valor garantido.
  • Não precisar ter vínculo de parentesco, mas demonstrar solvência financeira adequada.

Vedação e Restrições

Algumas instituições financeiras imporão análises rigorosas de crédito e podem recusar garantidores com histórico de inadimplência ou renda insuficiente. É essencial que o garantidor leia atentamente todas as cláusulas antes de assinar qualquer documento.

Números e Relevância de Mercado

Embora não existam estatísticas atualizadas, estima-se que cerca de 30% dos contratos de aluguel no Brasil utilizem fiador como garantia. Em períodos de juros elevados, a exigência por garantias pessoais cresce, refletindo a cautela dos credores.

Dicas Práticas para o Leitor

Ser avalista ou fiador não deve ser uma decisão impulsiva. Avalie cuidadosamente cada aspecto:

  • Pense na capacidade real de pagamento do afiançado.
  • Pergunte sobre todas as responsabilidades financeiras envolvidas.
  • Peça cópia de contratos e títulos antes de assinar.
  • Monitore mensalmente os pagamentos para evitar surpresas.
  • Considere alternativas como seguro-fiança ou depósito caução.

Aspectos Jurídicos Relevantes

Em contratos de fiança, é comum incluir cláusulas de renúncia ao benefício de ordem, permitindo ao credor acionar diretamente o fiador. A revogação da fiança ou do aval só ocorre formalmente se todas as partes concordarem e assinarem um novo acordo.

Termos e Definições

Garantia pessoal: quando uma pessoa responde com seus bens pelo débito de outra. Já a garantia real envolve bens específicos, como imóveis ou veículos.

O benefício de ordem é o direito do fiador de exigir que o credor primeiro cobre do devedor principal antes de executá-lo.

Conclusão

Entender as figuras do avalista e do fiador é fundamental para quem participa de operações de crédito ou contratos de aluguel. O garantidor deve avaliar riscos, responsabilidades e buscar alternativas para proteger seu patrimônio.

Com conhecimento e cuidados prévios, é possível oferecer garantias financeiras de forma consciente e segura, evitando situações litigiosas e preservando relações de confiança.

Por Matheus Moraes

Matheus Moraes